Dr. Paulo Duprat – Graduado pela universidade Federal de Alagoas, fez residência em Oncologia Clínica e Mestrado em Cuidados Paliativos pelo Instituto Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). É médico oncologista clínico da Oncoclínica.
1 – Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, o médico fará um planejamento de como será o tratamento. O que deve ser levado em consideração para essa escolha?
PAULO - Deve ser levado em conta os aspectos clínicos do paciente como estado geral, idade e comorbidades, que são as doenças existentes como hipertensão, diabetes e etc. Também devem ser considerados fatos relacionados ao tumor, como histologia e metástase, que é quando a doença se alastra para outros órgãos. Além disso, o relacionamento do médico e paciente é muito importante para que o especialista consiga entender o desejo do paciente em relação aos efeitos colaterais que podem surgir durante tratamento. A incontinência urinária e o distúrbio sexual são as principais implicações do tratamento, causando queda na qualidade de vida do paciente.
2 – O paciente deve estar sempre bem informado sobre sua condição. Quais informações são imprescindíveis para o paciente e a família saberem?
PAULO - O paciente e a família precisam saber de tudo que está acontecendo. É preciso informar sobre o diagnóstico, opções de tratamento e prognóstico. Deixando claro que o tratamento é individualizado, pois existem vários fatores que determinam a escolha do tratamento.
3 – Quais as formas de tratamento disponíveis atualmente?
PAULO - Para o tratamento do câncer de próstata as modalidades de tratamento podem ser utilizadas de forma isolada ou associadas, e são a hormonioterapia, quimioterapia, radioterapia e o procedimento cirúrgico.
4 – Qual a importância do diagnóstico precoce?
PAULO - Por meio de um diagnóstico precoce é possível descobrir o câncer num momento inicial, em que ainda não houve metástases. É nesse cenário em que as modalidades de tratamento disponíveis conseguem curar o paciente. A recomendação atual é que os homens, a partir dos 50 anos, realizem os exames recomendados, como o toque retal e PSA. Para os pacientes de alto risco, como os homens de raça negra e os que têm história familiar de câncer de próstata, é aconselhado que sejam realizados os exames a partir dos 45 anos de idade.
5 – Existem terapias alternativas e complementares?
PAULO - Existem terapias alternativas que podem ajudar no controle dos sintomas e dos efeitos colaterais, como pilates, fisioterapia, yoga, acupuntura, entre outras, a depender da fase e dos sintomas apresentados.
6 – O apoio familiar é fundamental na recuperação do paciente. Como a família deve agir mediante este problema?
PAULO - A família deve participar ativamente do tratamento, apoiando o paciente e se inteirando de tudo que está acontecendo. É comprovado cientificamente que pacientes que possuem boa estrutura familiar têm maior adesão ao tratamento e atingem maiores taxas de cura.
7 - Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2013, só no Brasil, cerca de 14 mil homens morreram da doença. O que o senhor aponta como o principal causador de mortes por câncer de próstata em nosso país?
PAULO - O problema de falta de estrutura da saúde pública é o grande responsável por esses índices de mortalidade. O câncer de próstata é uma doença que tem muitas novidades de tratamento e novas medicações modernas que aumentaram as chances de cura dos pacientes acometidos pela doença.
8 – Quais a recomendações que o pode dar para os pacientes com câncer de próstata?
PAULO - Todo paciente com diagnóstico de câncer de próstata deve realizar um acompanhamento com oncologista clínico e com o urologista. O especialista vai acompanhar clinicamente o paciente que necessitou apenas de cirurgia, já os que não necessitaram ou que devem ter um tratamento complementar à intervenção cirúrgica, darão início a hormonioterapia e quimioterapia.
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